Recomendados para todos os perfis de investidores, os produtos de renda fixa por muitos anos foram os preferidos pelos brasileiro, geralmente por serem associados a baixo risco e alta rentabilidade. Muito devido as elevadas taxas de juros, praticadas até pouco tempo no Brasil.
Com o recente cenário de juros baixos, a renda fixa continua sendo um instrumento importante de diversificação. Nas linhas abaixo irei explicar como esse investimento funciona e como ele é importante para promover a diversificação do portfólio.
Como a Renda Fixa funciona?
Investimentos em Renda Fixa englobam as aplicações mais populares dos brasileiros como a poupança, o CDB e os Títulos Públicos. Mesmo assim não são todos os investidores que realmente sabem como funcionam esses investimentos.
Muitos pensam na Renda Fixa como uma fonte segura de investimentos menos rentáveis, o que não é totalmente verdadeiro, pois existem títulos mais arriscado e operações com maiores lucros.
Todo investimento e renda fixa é composto de três agentes: que empresa o recurso, quem precisa de dinheiro emprestado e o intermediário financeiro.
Agente Superavitário: Aquele que tem recursos para investir - o investidor
Agente Deficitário: Precisa de recursos para financiar sua atividade - empresas e governo
Intermediário Financeiro: Recebe os investimentos e empresta dinheiro - Bancos e corretoras
Ao investir em um título de renda fixa através do banco ou corretora, esse dinheiro vai para o banco, governo ou empresa que está captando recurso.
Como as instituições que recebem esses empréstimos têm riscos diferentes, as taxas de remuneração ao investidor são diferentes. Para determinar qual o risco de um título de renda fixa, é preciso saber o risco de crédito da instituição.
O que é rating e risco de crédito?
Os títulos de renda fixa tem o risco de crédito como seu principal fator de risco, já que sempre vai existir a possibilidade de quem pegou o dinheiro emprestado não poder pagar de volta com juros.
Para analisar os diferentes riscos foram criadas as agências de rating, que são empresas que avaliam e atribuem notas de risco para os diferentes emissores de ativos financeiros.
Assim como as pessoas físicas possuem um score que mostra seu histórico como boas ou más pagadores, as empresas têm sua classificação de rating.
Essa classificação é feita por empresas auditoras especializadas que dão uma nota para cada emissão de títulos de renda fixa. Quanto pior a nota, maior a chance de uma empresa não pagar seus investidores. Essa chance de inadimplência é o risco de crédito e sempre deve ser considerado ao investir em renda fixa.
Os investimentos em títulos públicos são considerados livres do risco de crédito, já que é o tesouro nacional que lastreiam as operações entre os grandes bancos, chamamos o risco dos títulos públicos de risco soberano, que por definição é o menor risco para os títulos de renda fixa. Pois, o tesouro sempre poderá emitir mais dinheiro para pagar os seus credores.
Para diminuir o risco de crédito, os bancos possuem o Fundo Garantidor de Crédito - FGC, um fundo privado mantido pelas maiores instituições financeiras, ele assegura o recebimento dos investidores em casos de falência ou inadimplência dos bancos e corretoras.
O FGC garante até R$ 250 mil para cada investidor pessoas física, CNPJ ou conglomerado financeiro em cada instituição. Existe também o limite de 1 milhão de reais pagos no período de 4 anos.
Títulos de Renda Fixa
Os títulos de Renda Fixa podem seguir diferentes regras de remuneração, alguns pagam o mesmo rendimento até o vencimento, outros podem seguir índices de mercado como a taxa de juros e a inflação. Os títulos podem ser:
Pré-fixados: Rentabilidade fixa até o vencimento, ex. 8,5% ao ano
Pós-fixados: Rentabilidade seguem algum índice, ex. 120% do CDI
Híbridos: Rentabilidade do índice + fica, ex. IPCA+ 2,5%a.a. ou CDI+2% a.a.
Além da remuneração, os títulos se diferem pelo tipo de emissor. Existem títulos emitidos pelo governo, pelos bancos e por empresas privadas.
Como investir em renda fixa
Os investimentos em renda fixa estão mais presentes nos grandes bancos, pois estes agentes utilizam este instrumento para captar dinheiro para emprestar. Mas também é possível acessar títulos de renda fixa com mais riscos e maior rentabilidade em corretoras e também no tesouro direto.
O tesouro direto é a plataforma de compra e venda de títulos públicos criada pelo tesouro nacional. Atualmente é possível comprar títulos através desta plataforma com toda facilidade, e com valores bem acessíveis. Alguns títulos são vendidos por valores inferiores a R$ 100,00.
Por mais que a renda fixa tenha tido grande parte de sua rentabilidade prejudicada pela queda de juros,onde a SELIC caiu de 14,25% a.a em 2015 para 2,25% a.a em meados de 2020, considero este investimento fundamental para proporcionar liquidez e segurança para compor a reserva de emergência, além de agregar na diversificação do portfólio.
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