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Foto do escritorPaulo Monfort, CFP®

Carta mensal: outubro de 2021

Atualizado: 10 de dez. de 2021


Nos últimos 3 meses a renda variável, classe a qual as ações fazem parte, teve um grande impacto negativo causado por fatores que explico nesta carta, acumulando perdas de pouco mais de 7% no ano.


É natural que alguns investidores se sintam desconfortáveis com as oscilações e se perguntem, será que devo manter a parcela de renda variável no meu portfólio? (assumindo que seu perfil de investidor e prazo para os seus investimentos estão adequados, é claro)

Para responder esta pergunta trago duas imagens e também recomendo que leia o trecho ao final da carta, "Como funcionam as carteiras de investimentos na FORT CAPITAL".

A primeira imagem compara o investimento em ações (Stocks), com diversas classes de ativos como o ouro (Gold) e títulos públicos (Bonds). Como podemos ver, nada rende mais do que as ações. Uma aplicação de 1 dólar em 1802, teria se transformado em $7.5 milhões em 195 anos.



Fonte: Stocks For The Long Run — Jeremy J Siegel # Page 5


A segunda imagem mostra nossa bolsa, IBOVESPA, em dólares desde 1968. Parece uma escada, certo? Isso significa que os retornos da renda variável, como diz o nome, oscilam bastante no curto prazo, mas no longo prazo eles tendem a ter um bom desempenho. Mas, apenas para os investidores pacientes, certo?



Fonte: Economática


Carta mensal: outubro de 2021


Na nossa Carta Mensal de outubro trazemos os principais assuntos que movimentaram a economia Mundial, para você ficar informado (a) do que afeta os seus investimentos.

São eles: China e a dívida da incorporadora Evergrande, Brasil: Inflação pressionada, aumento do IOF, Open Banking, e muito mais.


O que preocupa o Mundo: A crise de 2008 vai se repetir com a Evergrande?


A Bolsa brasileira fecha o mês de setembro com perda de 6,57%. O resultado segue tendências internacionais temendo o risco de uma possível crise global envolvendo a economia chinesa.


Variação do IBOVESPA em 2021




No último dia 20 de setembro o mercado financeiro amanheceu em pânico com o risco de calote da gigante incorporadora imobiliária chinesa Evergrande.


A Evergrande construiu um império fundamentado no endividamento para um crescimento exponencial, o que fez dela a incorporadora mais endividada do mundo. O valor da dívida passa a casa dos US$ 309 bilhões, o que para alguns é considerado um valor impagável para a empresa, o que gera o medo da Evergrande ser a nova Lehman Brothers, da China.


Lehman Brothers é o banco norte-americano que em 2008 deu início a crise econômica, quando estourou a bolha hipotecária americana, que levou o banco à falência, queda das bolsas e recessão mundial.


(Para entender como foi a crise de 2008 recomendamos o filme "A grande aposta", do diretor Adam McKay, disponível no Netflix e Amazon Prime.)


O medo da quebra da Evergrande diminuiu quando a avaliação da probabilidade de calote não se mostrou tão grande quanto se imaginava. O mercado foi percebendo que o fato da economia chinesa ser fechada, reduz o potencial de contágio da crise para as outras economias, além de existir a possibilidade do governo chinês interferir para mitigar os efeitos da crise.


Como sabemos, essa é uma das características do capitalismo de estado que a China vive. Porém, esse acontecimento acendeu os holofotes para um risco iminente no mundo, o jogo de forças que mexe no setor imobiliário da China.


De um lado existem as incorporadoras que investem pesado e contribuem para o crescimento da China tomando dinheiro emprestado.


De outro, o governo, que impõe limites ao endividamento, que vê agora como excessivo, com uma série de controles regulatórios, chamados "three red lines" (“três linhas vermelhas”, em tradução livre), vem sendo implantado desde setembro de 2020.


Um deles é estabelecer limites de endividamento que definem se as companhias poderão tomar novos empréstimos. Se a companhia ultrapassar esse limite pré-estabelecido, ficam impedidas de tomar novo crédito. Que foi o que ocorreu com a Evergrande, que se viu impossibilitada de acessar o canal de costume, para pagar as dívidas de curto prazo.


Dessa forma, a crise da gigante do setor, pode ser presságio de algo maior, como a desaceleração do setor de construção, que responde por 25% do PIB (produto interno bruto), chinês.


O que atinge bastante o Brasil, tendo em vista, que somos os maiores exportadores de ferro, usado nas grandes construções chinesas e afeta empresas mineradoras e siderúrgicas como a Vale do Rio Doce, com grande participação no IBOVESPA. Cerca de 13% do índice corresponde à mineradora, assim qualquer queda na empresa impacta diretamente a bolsa brasileira.


A exportação do Brasil para a China é muito concentrada, cerca de 20% é só minério de ferro, logo uma diminuição do setor de construção da China, implica numa diminuição de compra da commoditie, o que faz com que o preço também caia, gerando um problema para economia brasileira.


Essa desaceleração na China é preocupante, pois enfraquece a nossa economia, que já está bastante fragilizada, por outros pilares de crescimento.


Inflação segue pressionada e os grandes vilões são a energia e a gasolina


O IPCA-15 é o Índice de Preço ao Consumidor Amplo, divulgado pelo IBGE, ele foi criado para verificar a variação de 9 grupos de preços de bens e serviços de 11 capitais metropolitanas do Brasil, abrangendo famílias com rendimento mensal de 1 a 40 salários mínimos.


Através desse índice que sabemos como está o custo de vida para população brasileira.


No último dia 24 de setembro foi divulgado o IPCA-15 pelo IBGE, que nos mostra que a inflação continua acelerada, pois é a maior para o mês de setembro desde o início do Plano Real em 1994.


O resultado da pesquisa apontou que a inflação acumulada em 12 meses passa de dois dígitos, quase o dobro do teto da meta do governo.


A inflação acelerou de 0,89% em agosto para 1,14% em setembro. Já no ano o índice acumula alta de 7,02%.




No acumulado de 12 meses, o indicador ficou em 10,05%, quase o dobro da meta estabelecida pelo governo, que era de 5,25% para este ano.


Segundo o IBGE, a gasolina e a luz foram os itens que mais influenciaram a alta do IPCA-15 em setembro. O preço médio da gasolina subiu 2,58% entre agosto e setembro e acumulou alta de 33,37% no ano de 2021.


Já a energia elétrica, teve alta de 3,61% no mês setembro, no ano a alta acumulada foi de 20,27%. Desde 1 de setembro a energia elétrica está na bandeira tarifária da Escassez Hídrica, que passou a cobrar R$14,20 a cada 100 kWh consumidos.


O Brasil vive uma crise hídrica jamais vista. Falamos sobre a Crise Hídrica nesse artigo: https://www.fortcapital.com.br/post/carta-semanal


IOF: como a alíquota vai impactar sua vida?



No dia 16 de setembro o ministério da Economia fez o anúncio do aumento da alíquota do IOF, para 36% até o fim de 2021.


O Ministério da Economia, em nota, explicou que o objetivo do aumento é para garantir fonte de recurso para o Auxílio Brasil (sucessor do Bolsa Família) e atender ao cumprimento das regras fiscais.


É importante ressaltar, que o aumento não é para todas as operações sobre as quais o IOF incide, será apenas para as operações de crédito, como empréstimos e financiamentos, para pessoas físicas e jurídicas.


O IOF em operações de crédito, funciona com uma alíquota fixa, mais uma alíquota diária, que não muda o valor da alíquota fixa.


Para as pessoas físicas, a atual alíquota diária 0,0082% (alíquota anual de 3,0%), passa para 0,01118% (anual 4,08%).


Para pessoas jurídicas, a atual alíquota diária de 0,0041% (referente à anual de 1,50%) passa para 0,00559%, (anual de 2,04%).


Para pessoas jurídicas do Simples Nacional, a alíquota não muda, continua em 0,00137% ao dia.


O IOF é o Imposto sobre Operações Financeiras, é um imposto federal pago por pessoas físicas e jurídicas em operações financeiras de crédito, câmbio, seguro ou operações de títulos e valores mobiliários.


É uma fonte de arrecadação do Governo e é usado como uma forma de controlar a economia do país.


Coletando os dados das movimentações financeiras, é possível criar índices que funcionam como um “termômetro” da economia. Quanto mais IOF arrecadado, mais operações financeiras acontecem.


Porém, nem sempre pode ser considerado crescimento da economia, pois o IOF também é cobrado nas operações de empréstimos.


Open Banking




O Open Banking, de forma resumida, é um sistema que permite que o cliente de uma instituição financeira tenha a liberdade de levar todo seu histórico financeiro para uma outra instituição.


Isso acontece através do compartilhamento de dados, que o cliente pode ou não aceitar compartilhar, através do aplicativo ou site que tem relacionamento financeiro.


Antes do Open Banking, se o cliente quisesse mudar de instituição financeira, precisaria iniciar uma relação com essa nova instituição do zero, com o Open Banking, você pode levar todo seu histórico para que a nova instituição financeira possa oferecer as melhores soluções financeiras.


Todas essas informações ajudam as instituições a conhecerem melhor o cliente e oferecer melhores produtos e condições adequadas ao perfil dele.


Nesse artigo explicamos sobre o Open Banking.


Com a elevação da Selic, devo mudar minha estratégia de investimentos?


A cada 45 dias o COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central), se reúne para decidir se a Selic deve ser alterada.


Na última reunião, realizada entre os dias 21 e 22 de setembro, o colegiado decidiu, conforme expectativas do mercado, que o aumento seria de 1p.p., ou seja, a taxa básica de juros passou de 5,25% a.a. para 6,25% a.a.


O Banco Central usa a taxa Selic como instrumento para frear a inflação.


Lembrando que a inflação é a perda do poder de compra, ou seja, a desvalorização do real. Essa é a quinta alta consecutiva da SELIC e analistas estimam que na próxima reunião deverá ter outro aumento, que pode chegar a 8,25% para o fechamento de 2021.


Esse panorama de alta da Selic agrada aos investidores, já que com os juros mais altos, o retorno financeiro para quem tem investimentos em renda fixa, se torna mais atraente. A taxa Selic, pauta o mercado financeiro como um todo, pois ela representa a taxa básica de juros da economia brasileira.


A Selic é controlada para que seja uma balizadora da inflação do governo, logo, ela é uma ferramenta para controle de recursos do país. Quando a Selic aumenta, os juros acompanham, o que deixa o crédito mais caro, para pessoas físicas e jurídicas, o que desestimula o consumo e ajuda a controlar os preços.


Além disso, a Selic é a taxa referência para toda linha de crédito imobiliário, financiamento, empréstimos e cartões. Como mencionamos, a Selic é a principal taxa de referência para investimentos em renda fixa. Dessa maneira o investidor pode aproveitar esse momento de alta, mas sem esquecer seu perfil de investidor e seus objetivos de curto, médio e longo prazo.


Logo, investidores com perfil mais arrojado enfrentarão maior volatilidade durante este período de instabilidade econômica, o que não deve afetar a estratégia da carteira e seus objetivos de retorno para o longo prazo.


Como funcionam as carteiras de investimentos na FORT CAPITAL


Para nós, o processo da criação de uma carteira de investimentos começa com o conhecimento profundo dos nossos clientes e de seus objetivos de vida. Este processo se inicia no planejamento financeiro, onde o cliente participa de reuniões com o seu CFP®.


Após conhecer os objetivos de vida, restrições e características de cada cliente, utilizamos nossa metodologia de análise de perfil investidor, conhecido também como Suitability. Através do Suitability, definimos qual o perfil de risco de cada cliente (Conservador, moderado e arrojado). Este processo é realizado periodicamente, dado que este perfil pode mudar com o tempo.


Com essas informações definimos uma política de investimentos personalizada e sem conflito de interesses. A política de investimentos é o mapa que irá guiar as decisões de investimentos do nosso time de alocação, e garantir aos nossos clientes que seus investimentos são voltados para a realização de seus objetivos de vida.


O nosso ferramental de alocação, de forma simplificada, funciona da seguinte maneira: desenhamos alguns cenários econômicos possíveis e atribuímos probabilidades a eles.


Na sequência, acompanhamos os principais acontecimentos que podem influenciar estas probabilidades e revê-las quando é o caso. Para cada um dos cenários, calculamos os retornos esperados de cada uma das classes de ativo.


Com estas estimativas fica muito fácil construir uma carteira que vá bem em cada um dos cenários. Porém, apesar de estimar as probabilidades, nós não sabemos qual cenário irá se concretizar. O real desafio é criar uma carteira que seja eficiente apesar dessa incerteza. O que conseguimos através do goals-based investing.


Metodologia que considera os objetivos dos investidores para a criação de estratégias de investimentos personalizadas e eficientes, capazes de sobreviver aos diferentes ciclos econômicos, gerando valor ao longo do tempo para nossos clientes.




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